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12/09/2011

As vezes, tesouros também devem ser desenterrados...

Procurando por fotos em uns CDs guardados há alguns anos em uma pochete velha, qual eu realmente esqueço que existe em grande parte do meu tempo, eu achei essa. De começo minha procura se resumia em alguma foto minha com quinze anos para um desafio no facebook (qual eu julgo como um ótimo passatempo pra afastar o tédio), mas peguei por engano o CD onde só havia fotos dos meus quatorze. Foi então que eu parei um pouco pra relembrá-las, afinal, se eu as guardei até hoje foi por algum motivo, não apenas para conservá-las em uma pochete empoeirada na minha cômoda.
Alguns meses atrás, talvez eu julgasse essa foto como qualquer outra, onde eu era apenas uma garotinha com uma câmera nova em suas mãos e um tédio fora do normal em sua rotina do dia-a-dia. 
"Oh, meu Deus como eu estava acabada! Por favor, não notem minhas olheiras." Ou então alguma outra forma mais desnecessária e fútil de criticar minha aparência. 
Porém, hoje, para ser mais exata, nesse momento... A minha aparência nesta foto não vale de nada perto da forma que eu me sinto toda vez que estudo cada detalhe da mesma.
Naquele momento talvez eu fosse mesmo apenas uma garota, sem nenhum propósito além de tirar uma foto bonitinha, mesmo sabendo que ela sairia uma merda por obviamente, eu ter acabado de acordar e estar com minhas evidentes olheiras e o cabelo bagunçado. Revendo a situação, hoje talvez nada tenha mudado. Os anos se passaram, algumas experiências boas e ruins foram acrescentadas na minha vida, mas... Me falta algo. 
Soll estava em seus plenos dois anos e alguns meses, e pela sua cara, ela provavelmente estava dormindo quando eu a acordei para tirar uma foto e quem sabe assim, amenizar a feiura da mesma com a cara fofa de sono que ela sempre fazia junto com sua expressão de desprezo, depois de alguns minutos cansativos tirando mil e uma fotos das quais apenas uma sairia razoavelmente boa.
Sim, ela estava ali. Me olhando com sua típica expressão de quem odeia ser acordada em seu sono de beleza, talvez me xingando em pensamentos se pudesse, mas estava ali.
O vazio que eu sinto não é apenas por encontrar uma foto velha, olhar para ela e me sentir a garota mais feia e egoísta da face da terra, por nesse momento, estar pensando na minha beleza quando eu tinha a companhia de alguém que eu jurava que poderia amenizar toda a minha feiura. O vazio que eu sinto agora é por olhar para os lados, ver que durante todo o dia eu estive sozinha, minha câmera nova que agora já não é mais tão nova, está guardada em uma das gavetas da minha cômoda e a Soll... Bem, a Soll não está mais aqui.
Talvez, o vazio seja por eu não ter aproveitado aquele momento como deveria, ou então ter dado à ele seu verdadeiro valor. Ou quem sabe, seja porque a minha melhor amiga, a minha companheira, não está aqui agora para repetir suas expressões típicas e rotineiras para mim quando eu a acordasse por algo que até mesmo eu julgaria como supérfluo.
Mas não, não era.

A vida é feita de momentos, tesouros muitas vezes enterrados por coisas que você julga ter valor, mas que na verdade nunca serão tão significativos quanto os pequenos gestos que muitas vezes passam despercebidos.
Eu realmente gostaria de ter aprendido isso um pouco antes...

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