Eu me lembro daquela madrugada de domingo pra segunda, mais uma das que eu passava em claro esperando ele chegar. O coração aflito batia no peito tão doloroso quanto os ponteiros do relógio, usurpando meu sono, minha paz. Não precisei de muito tempo pra perceber que o mesmo homem que havia saído por aquela porta mais cedo, não era o mesmo que havia voltado.
Ele me olhou com os mesmos olhos castanhos que eu tanto adorava, e por um momento – um mísero momento – eu pensei ter recuperado o ar que há algum tempo eu havia parado de respirar. No mesmo segundo em que meu coração flutuava esperançoso como um pobre coitado a espera de um vintém, ele foi arrastado como uma âncora para o fundo do mar de solidão em que se afogava. Inerte no poço de indiferença que eu havia construído, resultado da distância palpável que só sabia crescer entre nós.
E no minuto seguinte, eu quis chorar. Não, eu não tenho vergonha de dizer. Eu quis chorar como se o mundo estivesse acabando, como se eu estivesse destinada a algo sórdido, triste – e para ser sincera, eu estava -. Eu amaldiçoei e quis torturar, quis matar a culpada por tudo aquilo, a ladra que havia roubado o brilho daquele olhar que um dia fora meu. Eu queria reivindicar, afinal, ele era meu. Como teve coragem de cativar algo que me pertence? Ele era meu ar, e por todo esse tempo em que estive segurando o meu fôlego, eu chorei. Sozinha. Eu e a consequência do meu fracasso.
Eu me lembro quando ele se apaixonou por você, porque naquele dia eu ergui a cabeça e percebi que eu tinha que aprender a respirar sozinha.
E eu aprendi.
E no minuto seguinte, eu quis chorar. Não, eu não tenho vergonha de dizer. Eu quis chorar como se o mundo estivesse acabando, como se eu estivesse destinada a algo sórdido, triste – e para ser sincera, eu estava -. Eu amaldiçoei e quis torturar, quis matar a culpada por tudo aquilo, a ladra que havia roubado o brilho daquele olhar que um dia fora meu. Eu queria reivindicar, afinal, ele era meu. Como teve coragem de cativar algo que me pertence? Ele era meu ar, e por todo esse tempo em que estive segurando o meu fôlego, eu chorei. Sozinha. Eu e a consequência do meu fracasso.
Eu me lembro quando ele se apaixonou por você, porque naquele dia eu ergui a cabeça e percebi que eu tinha que aprender a respirar sozinha.
E eu aprendi.