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7/07/2015

É que eu preciso dizer que te amo... tanto.



Você olha para mim. Indiretamente, daquele jeito furtivo e cuidadoso quando pensa que não percebo, que não estou olhando. Eu estou lá, parada e encarando algo nem mesmo remotamente tão interessante quanto você, pensando se devo ou não estragar seu momento de admiração ao virar meu rosto e olhar diretamente dentro dos seus olhos, me reencontrar com sua tão bela alma. Contudo, no final eu opto simplesmente por sorrir, fechar meus olhos e eternizar por mais algumas frações de segundo a sensação de ser o mundo de alguém. E eu posso garantir, com todas as vogais e consoantes, que eu não poderia estar mais feliz.

Os cantos de seus olhos levemente caídos, os longos cílios negros e a forma que suas bochechas se ressaltam ao rir das minhas bobagens. A forma que seu cenho se franze quando está prestes a discordar de algo, quando me lança seu típico olhar cético e me deixa sem graça por alguns minutos. O sorriso que se abre no seu rosto sempre que você se comove com algo que eu digo, mesmo que seja a maior das heresias, ilumina cada pedacinho obscuro da minha alma e me torna cada vez mais sua. Antes que eu possa perceber, estou tomada por você, inundada por sua beleza, sua peculiaridade, sua verdade e seu mais puro amor.

Eu ouço você falar por horas e horas sobre sua vida, me contando seus mais profundos segredos, me entregando de mão beijada mais um pouco do seu íntimo. E então eu vejo ali a minha oportunidade de admirá-lo, estudá-lo como um dos meus livros. Eu vejo a simetria perfeita do seu nariz, e sinto vontade de beijá-lo como sempre faço quando você acalenta meu coração com suas manias bobas de me distrair de mais um dos meus sermões decorados que você está prestes a levar por culpa da sua teimosia. Sua barba está por fazer, seu cabelo está curto demais, e ainda assim eu olho para você e vejo o sol. Seu timbre invade meus ouvidos como a mais perfeita sinfonia feita para tirar de minhas costas todo o peso que a vida me cedeu, tirar de minha cabeça qualquer pensamento que não seja você.

Eu olho diretamente em seus olhos. As nuances que suas íris castanhas adotam me hipnotizam como a mais eficiente das mágicas, eu vejo ali que não tenho mais salvação. Eu encaro a sua alma, tão bela e tão pura, e ela me encara de volta. Meu coração se assusta dentro de mim com a imensidade do desconhecido, com a realidade que me impede de fugir, mantêm-me prisioneira na beleza do seu ser. O mesmo por qual eu me apaixonei tão perdidamente. Você.

Eu vejo você. Eu ouço sua risada. Eu sinto o calor das suas mãos e o gosto do seu beijo. Eu fecho os olhos, e posso sentir seu perfume. Eu fecho os olhos, e tenho a absoluta certeza de que sou completamente sua. Como em um momento bobo de dejà vu, como um delírio que parece demasiado insensato, como em um sonho onde tudo é bom demais para ser verdade.

E então a ânsia me sufoca como um claustrofóbico preso dentro de um elevador. A vontade insana de te dizer, de colocar em palavras tudo o que se revolta dentro do meu peito e me faz repensar todos meus princípios, me tira dos trilhos, me faz perder o chão, me dá asas para voar. Nesse momento vem a necessidade de dizer, eu preciso dizer que te amo... tanto.


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