Eu não quero sentir
medo, toda essa desconfiança correndo por minhas veias e se alojando
em meu coração – que para sua informação, bate já cansado,
dolorido de todos os meus traumas. Queria não sentir tanto. Queria
não sentir tanto a sua falta, sua ausência. Mas principalmente,
queria não sentir como se estivesse pisando em terreno desconhecido,
terra de ninguém. No final das contas, não é isso o que acreditam
ser o coração?
Eu anseio pelo
esquecimento como se ele fosse cocaína, e eu uma drogada. Não pense
que tem algo a ver com você, sou eu. Clichê, não é? Eu sou cheia
disso, uma verdadeira banalidade ambulante. Ou melhor, é apenas eu
sendo o que sempre fui: uma covarde fraca que não é forte o
suficiente para enfrentar os desafios do desconhecido. Uma garotinha
que teve seu coração quebrado muito cedo e que desde então não
aprendeu o significado de perdoar, deixar ir.
Se você quiser
fugir, eu te entendo. Fiz uma promessa, não foi? E ainda assim não
serei capaz de cumprir. Eu também não aprendi a ficar. Ser de
alguém por tempo o suficiente para que isso não acione minhas
paranoias, minhas neuroses. Apesar das inseguranças, sempre senti
certeza ao olhar nos castanhos de seus olhos que você poderia ser
aquele que me ensinaria coisas, me ensinaria um pouco mais da vida e
talvez me fizesse sentir bem com toda essa bagunça emocional,
comigo.
Não, eu não te
culpo. Pelo contrário, eu te peço pra ficar. Fica, seja paciente e
compartilhe comigo um pouco da compreensão que eu jamais soube ter.
Fica, me mostra que meus medos não são nada perto das suas
certezas, seu amor. Fica, me prova que há coisas nessa vida que são
verdadeiras, valem a pena e me ensina a esquecer. Fica, me enche de
beijos, me faz sua e me liberta. Fica e vem ser meu remédio, vem ser
meu amor.
Seja meu. Todo.
Completamente. Corpo, alma e coração. Com todos os exageros, todos
os disparates. Enche, transborda, completa.
Fica. Só por um
momento, ou pra vida inteira.
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